segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Arquitetos apresentam “10 pontos por um Projeto de Cidade”

“Nossa cidade cresce apressada e sem rumo”. A sentença foi proferida pelo presidente estadual do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RS), Tiago Halzmann, na sessão ordinária da Câmara Municipal desta segunda-feira (5/8), durante a Tribuna Popular, e sintetiza a preocupação da categoria com a falta de um planejamento urbano para Porto Alegre.

Halzmann apresentou o documento “10 pontos por um Projeto de Cidade”, que foi construído “a partir da preocupação crescente com os caminhos e, às vezes, os descaminhos que as nossas cidades vêm tomando por decisões equivocadas”. O trabalho, desenvolvido por um grupo de mais de 20 arquitetos que formam a Comissão das Cidades do IAB-RS e coordenado por Maria Tereza Albano, foi concluído em setembro de 2012 e representa o resumo de mais de uma dezena de debates promovidos pela instituição.

De acordo com o documento lido na Tribuna, o Instituto defende a participação social no planejamento urbano, a qualificação dos espaços públicos, o investimento no transporte coletivo, a readequação de edifícios como forma de sustentabilidade, a execução de concursos públicos para propor soluções para as cidades, além outras propostas que podem ser encontradas no site da entidade

O presidente do IAB-RS criticou o fato de Porto Alegre não ter um projeto de cidade que represente os anseios do conjunto da população e alerta que muitas vezes os interesses econômicos que geram a especulação imobiliária entram em choque com os interesses das populações mais pobres.

Indagações
Diante do que para ele é uma evidente falta de planejamento, Halzmann lança uma série de questionamentos aos vereadores, dentre os quais: quem está pensando a cidade? Para onde a cidade deve crescer? Como são os planos de habitação, de mobilidade, de saneamento? Quais as estratégias para as áreas de interesse social? É correto o uso do espaço público pelo automóvel privado? Por que a cidade não faz concursos públicos para seus projetos ao invés de contratar pessoas de notório saber ou iniciar obras equivocadas e apressadas?

Halzmann afirmou que muitas das perguntas não têm respostas fáceis, mas garante que esta condição pode mudar. “Oferecemos a alternativa de trabalho conjunto para melhorar a situação da cidade”, afirmou, defendendo o diálogo permanente da categoria com o poder público, o planejamento urbano ligado à busca por igualdade social e a necessidade de adequar o Plano Diretor da Capital à Constituição Federal e ao Estatuto das Cidades.

Fonte: Imprensa Câmara Municipal de Porto Alegre  (Texto: Gustavo Ferenci; Edição: Marco Aurélio Marocco)
Foto: Francielle Caetano

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