quinta-feira, 26 de julho de 2012

Palestra sobre geoprocessamento no Solar do IAB


O IAB-RS estava de casa cheia na última quarta-feira para receber as palestrantes Geisa Bugs e Alice Rauber que trataram sobre o tema “Geoprocessamento no Planejamento e na Gestão Urbana”. Mais de 40 pessoas prestigiaram o evento que faz parte do projeto Quarta no IAB. Para completar a noite, após a explanação, o professor Julio Celso Vargas conduziu um debate com os presentes.

Graduadas e mestres em arquitetura na área de Geoprocessamento, as palestrantes explicaram essa ferramenta, que consiste em uma tecnologia de armazenamento, tratamento e análise de dados geográficos a partir de um cruzamento de informações provenientes de diferentes fontes (como censos, pesquisas, registros, entre outros). Através da união de diversas áreas, como matemática, geografia e arquitetura, ela pode tornar-se um aliado na qualificação da gestão urbana, por permitir o mapeamento de áreas sob variadas perspectivas, como locais de contaminação, níveis de pobreza, violência, saneamento, etc.

Geisa explica que, alguns recursos desta natureza já fazem parte da vida cotidiana de grande parte da população.  “As ferramentas de localização geográfica disponibilizadas, por exemplo, pelo Google, são mostras da popularização destes recursos”, mostra. O que precisa ser olhado, no entanto, é a fonte de tais informações. “Bases colaborativas nem sempre têm fontes confiáveis, fornecendo dados errôneos”, explica. Para Geisa, esse é um dos motivos pelos quais se torna fundamental o fornecimento de dados oficiais, além de auxiliar no mapeamento real das áreas das cidades.

Alice Rauber coloca a importância destes dados afinados para utilização na gestão e no planejamento urbano. “O cruzamento de dados, possível com esta ferramenta, pode ser utilizado em áreas como saúde, educação, arquitetura, análise ambiental, saneamento básico, moradia, entre tantos outros”, salienta. Para ela, as administrações públicas podem utilizá-lo para aprimorar seu atendimento às necessidades da população.

Já no debate, o arquiteto e professor Julio Celso Vargas, em conjunto com o público presente, levantou questões pertinentes no que diz respeito à implantação de sistemas de referenciamento geográfico como este na esfera pública. “A iniciativa privada já utiliza essas ferramentas há muito tempo. O que precisa ser pensado é se, de fato, é de interesse que se tornem públicos alguns problemas dos municípios e regiões”, coloca. Para ele, muitas destas decisões estão relacionadas diretamente à questões políticas, mas o caminho é a analise, tentativa e investimento neste sentido por parte dos órgãos públicos.

2 comentários:

Eduardo Galvão disse...

Fora de tópico, mas curioso: o IAB não vai se manifestar quanto à indicação de Oscar para um projeto de centro de eventos? E os concursos, hein?

Leonardo Müller Garateguy disse...

Muito bom! Alice foi minha colega de mestrado na Ufrgs. Profissional séria e competente. Parabéns!